Todos esses aspectos levaram as primeiras tentativas de desbloquear o aparelho. Inicialmente para poder utilizá-lo em outras operadoras ou fora dos Estados Unidos e, depois, para instalar aplicativos além dos 16 da Apple.
O Jailbreak é isso: “sair da prisão”, ou seja, um método desenvolvido por hackers para liberar o iPhone (e também o iPod Touch), instalando aplicativos não oficiais e utilizando-o na operadora de telefonia e no país que quiser. Assim, o usuário pode escapar da loja oficial de aplicativos, a App Store, e utilizar outros instaladores, como o popular Cydia.
Quem desenvolveu o Jailbreak?
O principal grupo de hackers a desenvolver um método de Jailbreak foi o Dev-Team. Além de oferecer o serviço gratuitamente, se preocupou em não alterar nenhum código da Apple, pois é um grupo contra a pirataria. Ele não distribui os arquivos modificados, mas oferece a ferramenta para o usuário os modificar, pois acredita que não é ilegal que o dono de um aparelho modifique o produto pelo qual ele pagou.
Além de desbloquear o aparelho para ser usado em outros países e com outras operadoras (no caso do iPhone Classic, primeira versão do aparelho), através do Jailbreak é possível habilitar algumas funções como gravação de vídeo, utilizar mais de um aplicativo ao mesmo tempo, personalizar o tema do sistema operacional ou mandar mensagens multimídia.
Portanto, o que o Jailbreak faz é, de certa forma, dar liberdade ao usuário e dono do aparelho de utilizá-lo como bem entende, certo? Mas afinal, isso é legal ou ilegal?
Batalha judicial: Apple x EFF
Em fevereiro de 2009 a Apple foi a público pela primeira vez para falar que Jailbreak é sim uma prática ilegal, porque viola os direitos intelectuais do autor do sistema operacional, além de poder danificar o aparelho.
Em defesa dos donos de iPhone que querem utilizar seus celulares com Jailbreak está a Eletronic Frontier Foundation (EFF), uma organização norte-americana que defende o direito à liberdade de expressão e as liberdades civis dentro do mundo digital. Ela afirma que se o usuário modifica o seu aparelho, não há nada de ilegal nisso, pois o aparelho pertence a quem o comprou.
É como comprar uma televisão: você pode levá-la para consertar onde achar melhor, não precisa, necessariamente, levá-la em uma assistência técnica autorizada. Obviamente, o fabricante indicará uma oficina autorizada, mas não há nada de ilegal em levar seu aparelho em outro lugar.
Essa disputa ainda vai longe. Temos leis diferentes em cada país, mas no caso dos Estados Unidos, onde corre o processo, uma exceção na lei que poderia resolver o caso em favor do Jailbreak duraria apenas três anos, o que colocaria a discussão em pauta novamente em um curto espaço de tempo.
O Jailbreak pode estar ainda sem definição quanto à legalidade ou não da prática, mas não há dúvidas de que se você conseguir utilizar seu iPhone, sem precisar desbloqueá-lo, será melhor.
Ao instalar aplicativos não autorizados pela Apple é impossível garantir que estes não vão danificar seu telefone. Além disso, os primeiros casos de vírus em iPhones já começaram a surgir e, segundo a fabricante, só atacam aparelhos com o Jailbreak.
Obviamente, ao instalar um software que desbloqueia funções e permite colocar aplicativos de terceiros, você perde a garantia do seu aparelho. No entanto, o Jailbreak é um processo reversível, ou seja, se você restaurar seu aparelho e levar na assistência técnica autorizada, não terá problemas com a garantia.
iPhones à prova de Jailbreak
Ainda que a batalha judicial não esteja terminada, a Apple intensificou a luta contra os hackers lançando a partir de outubro de 2009 aparelhos sem a falha que permitia o Jailbreak. Alguns hackers já conseguiram fazer um desbloqueio temporário, fazendo com que o aparelho só perca as informações do Jailbreak se for desligado, mas requer que o usuário deixe seu aparelho ligado o tempo todo ou então instale novamente o Jailbreak cada vez que ligar o aparelho.
Com certeza esta é uma discussão que está longe de ter um fim, pois à medida que a Apple lança novos aparelhos, os hackers se lançam em novos desafios para desbloqueá-los.
O Jailbreak traz sim riscos para o usuário, deixando seu telefone mais vulnerável a malwares que possam aparecer, mas ao mesmo tempo libera o iPhone para um maior número de funcionalidades do que as oferecidas pela Apple. Cabe a você, usuário, decidir se aceita o risco ou não.
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